Quando iniciei os estudos me deparei com uma grande dificuldade, por falta de explicação da professora, quando ainda estava aprendendo a escrever; confundia a pontuação, do tipo ponto de exclamação com ponto de interrogação, vírgula com ponto e vírgula, dois pontos com dois traços, e o pior para mim era quando no ditado a professora falava: “Ponto em seguida”, minha cabeça dava um “nó”, até aquele momento não sabia o que era o “tal” ponto em seguida, passei a procurar nos livros que tinham a nossa disposição e no capítulo destinado ao assunto, nada existia a respeito. Ficava com vergonha, típico da infância, de um garotinho tímido, de perguntar aos colegas e ser motivo de deboches por parte deles, ou mesmo perguntar a professora, que na minha época tinha a seu favor a “temida palmatória” (objeto de madeira parecido com uma colher, porém sem a cava do centro e cinco vezes maior), e ser castigado com uma batida na mão, tendo em vista já ter presenciado essa ignorância com outros colegas de classe. Pois bem, passou os dias e sempre no final da aula de português, lá vinha o fantasma do ditado, e ficava torcendo para não ter ponto em seguida, o que não acontecia, tinha virado um trauma. Até que certo dia, cansado da perseguição do ditado e do “tal” ponto em seguida, tomei uma decisão que mudaria de vez a minha vida escolar naquele ano, conversando com um colega de sala após o término da aula e onde mais uma vez o “fantasma” havia debochado da situação que vivia, pedi-lhe emprestado o seu caderno e olhei o famigerado gozador de meus dias estudantis, e analisei... analisei...percebi...descobri! eureca!. Descobri que o que eu conhecia por ponto final seria o mesmo ponto em seguida, se ele for seguido de uma continuação com uma frase onde a primeira letra seria maiúscula, não podem imaginar a alegria daquele momento, o sorriso estampado no rosto sabendo que daquele dia em diante nunca mais veria o fantasma e tinha aprendido algo novo e simples.
Vemos essa história se repetir em nossas vidas, diariamente. Quantas vezes colocamos um ponto final em situações, problemas, relacionamentos e assuntos, e tantas outras coisas, e que Deus está ditando ponto em seguida. É só lembrar-se da vida de José, filho de Jacó, quantos pensamentos não passaram na sua cabeça, durante a viajem como escravo para o Egito, tais como: " acabou...todos aqueles sonhos...expectativas vagas...quanta presunção minha...", e até o seu próprio pai, ao examinar as vestes que seus irmãos apresentaram a ele, como prova de sua morte, determina que acabou os seus sonhos, por ver que o filho que mais amava e tinha os sonhos de Deus para sua vida, havia “morrido”. E Jó, quando pedira a morte a Deus, depois de tanto sofrimento. Davi depois de tanto clamar e jejuar e chorar nos pés do Senhor e mesmo assim ver seus herdeiros todos morrerem e aparentemente não existir um sucessor para o trono. Mefibosete, filho de Jonatas, herdeiro real, e esquecido durante muito tempo, mas um dia Deus se lembra dele e volta ao palácio para desfrutar do banquete do rei. Pois Deus não é um professor com palmatória, podemos nos chegar a Ele e perguntar: Porque Senhor? Para quê, Senhor?, Como se escreve, Pai? É assim, Senhor?, e com certeza obteremos as melhores respostas em uma voz suave e meiga cheia de amor, que diz: “Filhinho, não coloque ponto final nesse assunto, o correto é ponto em seguida, Eu continuo ditando a sua História, e Começa com uma Letra MAIÚSCULA, a partir de agora.” “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Invoca-me, clame ao orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, e farei mudar a vossa sorte”. Deus acrescenta vírgulas e pontos em seguida nas nossas vidas, para nos dá vitórias simples, mas extraordinárias, basta observarmos, e nada se compara com a alegria de descobrir depois, que o que Deus falou não era ponto final era PONTO EM SEGUIDA!!!
Pr. Wilson Reis
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